sábado, 9 de dezembro de 2017

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Grupo Quintal - Saudade

 #quintal



Saudade (Esse texto foi escrito em 01.09.2006 -  foi um desabafo, continua sendo...)







O que é sentir saudade?

É sentir falta de algo? De alguém? Ou de algum momento que passou?

É lembrar com carinho de situações que um dia vivemos?

É querer estar onde um dia já estivemos e agora só podemos estar lá através do pensamento? É querer estar com alguém que já não esta mais perto da gente...

Pode ser...

Matar a saudade é maravilhoso!

Pegar o carro, sair pela estrada e parar no tal lugar que um dia foi cenário de algo importante e tentar, quem sabe, reconstruir um pedaço desse bom momento com alegria até mesmo com lagrimas no olhar!

Pegar o telefone “apertar o redial” com urgência de falar imediatamente com a pessoa que nos causa tanta falta, e ao ouvir a voz do outro lado, a saudade aumenta, mas com um sorriso nos lábios!

Mas existem saudades que não podem ser “matadas”

A razão de ser dessa saudade partiu! Não falo daquela partida em que se abriu uma porta e saiu... De um namoro que terminou, um noivado rompido, uma mudança de cidade, estado ou país... Ou quem sabe foi estudar na capital!


Falo daquela saudade de quando sabemos que nunca mais vamos ter noticias dessa pessoa...

Quando não existe estrada comum que nos leve ate a pessoa que nos enche o coração de lembranças...

Quando não conseguimos reconstruir o momento por que falta um pedaço!

Quando a comunicação esta sempre fora de área ou sem serviço... Quando a ligação dificilmente é completada...



O que nos resta fazer?



Lembrar com alegria!

Só temos saudade do que foi realmente importante pra nós!

Reflita o quanto foi bom ter tido a chance de conviver com esse alguém, mesmo que o espaço de tempo tenha sido curto demais pra você.




Perdi um filho com 10 anos. Eu lembro que um medico alguns anos depois, falou que teria sido melhor se eu o tivesse perdido logo que nasceu, assim o meu sofrimento seria menor...

Concordei com ele, mas completei dizendo assim: - teria sido menor mesmo, mas em compensação eu jamais teria ouvido o som da sua voz nem da sua gargalhada, não saberia que ele teria habilidades manuais, que seria míope, que usaria aparelho nos dentes, que aprenderia a tocar órgão, flauta... Que tinha fôlego e resistência pra ficar nadando horas no mar, que sua cor preferida seria o vermelho.

Que ele iria comer frango de garfo e faca, que teria pesadelos de madrugada e ia sair pela casa chorando chamando por mim!

Que ele ia saber que a pessoa vestida de papai Noel era eu só em ver os meus olhos... 

Queria continuar, mas o tal medico disse que eu tinha razão...


Hoje, 29 anos depois eu ainda tenho saudades e boas lembranças!



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