Não achei que seria fácil, mas tenho que confessar, estou ficando alucinada com esse desafio – Nanowrimo!!
Escrever meu primeiro livro foi desafiador, mas eu nem percebi. Foram quase três anos de textos escritos em folhas de agenda, cadernos, verso de sulfite usado... Nas minhas noites de insônia, parece coisa de gente maluca, mas eu ficava repetindo frases que surgiam para não esquecer. Repetia, repetia... até decora-las, e aí, passava para a seguinte! Até que ganhei um mini gravador, estou rindo, foram fitas e mais fitas de uma conversa fiada com minhas meninas! Eu estava doente. Depressão! Foi terrível aquela fase. Ainda é... esses repentes que invadem a gente sem aviso...mas não é o momento de falar sobre isso agora!
Passar tudo aquilo a limpo foi outro drama!
Eu lembro, de que não foi nada esquematizado como hoje eu sei que precisa ser: resumo, definição de tema, mensagens, personagens, conflito (rindo outra vez...), cenas de ambientação, etc., etc., etc...
Era papel que não acabava mais. Tudo escrito à mão e a lápis! Colocar em ordem cronológica foi um problema – números ligavam a mesma cena (hoje tenho esse conhecimento, antes eu numerava por momentos), depois passava para as letras – eram os ganchos que faziam as passagens se interligarem e finalmente os números com as letras – para a ordem cronológica da coisa toda!
Um caos generalizado. Mas consegui fazer. Sozinha! Passei tudo a limpo - claro que para num outro caderno, e depois de lido, relido, lá fui eu para a digitação. Outro problemão nesse ponto!
- Quando tudo que foi escrito não parece ser aquilo que era para ser escrito – rabiscos, novas palavras, outros momentos possíveis...a personagem podia falar isso, ou agir de outro jeito...esse restaurante não é legal, aquele vinho não serve para aquele prato...o dia estava nublado e a menina saiu de camisetinha...
Acho que alguns vão entender o que eu falo!
Resumindo – digitado, encadernado meu texto ficou dentro de uma caixinha por muitos anos e em 2013 participou de um edital e foi aceito! De 40 e poucos ficou entre os 10.
Publicado 2014, vendemos mais de 200 exemplares pelo Face (minha amada parceira Cris fez todo o trabalho incansavelmente) fomos em 2 Bienais, vendi dois livros – um em São Paulo e outro em Minas ( não era ninguém da família!), íamos fazer 5 eventos de divulgação nas cidades próximas, mas fomos convidadas para mais 6 ( repetimos alguns lugares a convite...) e vendemos em media de 15 livros por evento! Participei também da minha primeira Feira Literária - Flipoços 2015 - também vendi alguns exemplares - acho que foram 16
Recebi o valor de uma venda pelo site da editora (All Print – não tenho reclamação alguma!) e há um ano aproximadamente, adaptei o formato do livro para ebook e o coloquei na Amazon – foram mais de 14 vendidos.
Em 2015 comecei de uma maneira mais organizada a segunda parte do livro, a escrita fluía muito bem – tenho um bom relacionamento com as “minhas meninas”, mas uma falha enorme da minha parte fez com que eu perdesse todos os arquivos – fui criticada por escrever a mão e havia escrito tudo direto no computador. Adivinhem o que sucedeu? Perdi tudo!
Entrei em crise, depressão ferrada e parei de escrever...aos poucos fui criando outras personagens, outras histórias e voltei ao caderno e ao lápis, para depois repassar para o computador – fod@-se quem acha que estou sendo “ultrapassada” – na minha idade posso ser qualquer coisa!
Retomei a continuação do livro, está quase pronto – está pronto, mas uma das personagens cismou em querer algo que não lhe pertence, e eu não acho que tem que ser assim. Então estou dando um tempo pra ela analisar suas atitudes e repensar...
Nesse meio tempo conheci esse grupo do Face, o Escambanautas – e o Premio de Micro Contos, e através dele ouvi pela primeira a vez sobre esse desafio alucinante das 50 mil palavras!
Fiz um rodeio e tanto pra falar que escrever exige uma organização, disciplina, pesquisa – que até dá para fazer como eu fiz no meu primeiro livro, mas não funciona daquele jeito. Aquele foi um mau momento, que deu certo...
Estou participando do NaNoWrimo, escrevi esses dois dias um pouco mais de 3 mil palavras, não sei se vou conseguir as 50 mil até dia 31.11 – comecei do zero, não peguei nenhum projeto da caixinha, nenhuma personagem engavetada, e estou tentando sair da minha zona de conforto e entrando num suspense, nunca antes tentado por mim! (Eu não sabia que poderia escrever algo já programado, conheci o desafio 2 dias antes e depois de dar uma pesquisada sobre o assunto, tomei a decisão de arriscar...)
Alguém pode estar pensando ou até mesmo pensando em voz alta – em vez de estar escrevendo esse monte de coisas aqui, deveria estar acrescentando palavras para o seu desafio...(foram só 700 e poucas palavras...)
Senti necessidade de colocar isso pra fora agora!
É isso...
