Meu Microconto de Humor foi selecionado!!!

recebi recentemente esse e-mail:

"Boa tarde !

A Comissão de organização do 5º Concurso Microcontos de Humor/2015 tem o prazer de informar que o seu microconto foi selecionado para compor a coletânea do concurso. Este material deverá estar disponível na terceira semana de agosto, quando serão distribuídos na abertura do Salão internacional de Humor de Piracicaba no dia 22/08. Todos os participantes selecionados receberão os exemplares através do correio. Parabéns !  

Atenciosamente,

Programação Cultural 

Comissão de organização"

Enquanto espero...

                  Hoje, noite de lua cheia...amanhã é Lua Azul!

                                     

                   ... o tempo passa, a vida está sempre em movimento!

                   Por isso, não pare nunca...   

Um trecho do meu livro O Outro Lado do Muro

Meu Lado

(do lado de cá)

Estava impaciente!

A mudança ainda nem tinha sido desfeita, quase toda embalada em caixas espalhadas. Umas abertas denunciavam a procura de um objeto qualquer. E eu perdida no meio da confusão, parada olhando a tela do notebook...

Ainda não compreendia o que havia acontecido conosco...

Depois de anos de convivência, a separação. E agora essa mensagem inesperada marcando um encontro apressado para daqui a pouco!

Quando mencionou o meu canto novo, tive certeza de que sabia de todos os meus passos, sua mãe tinha conhecimento do seu paradeiro... Ela devia te manter informada a meu respeito, pena que o mesmo não fizeram comigo!

- Esqueci as taças! Qual a caixa? Etiquetas... Lista das caixas...

Você disse que precisávamos conversar...

Respondi no ato dando o novo endereço e aproveitando para fazer um monte de outras perguntas que ficaram sem resposta... apenas um “Ok, estarei aí às oito... levo o vinho.”

Minha cabeça fervia. Era muito boa em criar clima para encontros, mas desta vez a coisa estava complicada...

Não tinha certeza que tipo de encontro seria aquele...

De reconciliação? Apenas uma convenção? Ou simplesmente curiosidade?

Quem sabe...não sei...acho que não...

Eu questionava e eu mesma respondia...tinha sido assim nos últimos dias!

Porque será que quando não entendemos muito bem o que está acontecendo, nossa mente fica fazendo suposições? Será que ela quer voltar? Arrependeu-se de ter me deixado? Pode ser... mas porque? Alguma coisa não deu certo? O que?

- Achei as taças! Preciso dar um jeito nesse lugar!

Tinha conseguido o Loft por pura sorte, ficava em Moema bem perto do Parque do Ibirapuera.

Era amplo com uma janela que ocupava toda a parede. Um balcão de madeira separava a sala da cozinha. Um lavabo e uma escada em forma de caracol que conduzia ao mezanino onde ficava a suíte. O lugar era claro e ficaria confortável depois que fosse devidamente arrumado.

Tinha me desfeito de quase todas as nossas coisas, ficando apenas com as poltronas que foram herança da minha família, o som, a TV e alguns quadros...

Não seria mudando de endereço ou me desfazendo de móveis antigos que iria conseguir me desvencilhar dos problemas! Acreditem em mim, os problemas mudam com você! Em alguns casos, eles se multiplicam...

Não tinha a mínima condição de fazer um jantar! Comprei dois tipos de queijo, damasco seco e castanhas de caju. Até pensei em fazer um patê de iogurte com ricota, mas desisti... Estava tensa demais!

Procurei uma bandeja, coloquei as taças, os guardanapos, garfos... Ajeitei os petiscos numa tábua e deixei no balcão.

Empurrei as caixas abrindo um espaço para a poltrona ficar acessível, coloquei uma caixa como apoio e duas almofadas no chão. Precisava criar um clima...

Eu não conseguia parar de pensar em você...eu te amava tanto...queria entender...queria que você chegasse logo para poder te abraçar, estava com tantas saudades!

Separei uma lista de músicas e deixei o computador preparado.

Queria deixar tudo pronto o mais rapidamente possível e ir tomar um banho... Na verdade, eu estava muito ansiosa. Não queria que depois desse tempo todo sem nos ver, você me encontrasse de qualquer jeito. Queria estar fresca, com os cabelos cheirosos...quem sabe não seria hoje o dia em que você voltaria definitivamente para mim?

Subi rapidamente.

Ali era o único lugar que realmente estava arrumado. A cama estilo oriental com aparadores dos lados, uma armário embutido e a antiga poltrona. Faltavam apenas alguns detalhes...um abajur, um porta-retratos com a foto de alguém sorrindo feliz... 

Tirei a roupa e já ia jogar na cama...sorrindo guardei dentro do armário...

Esta cama hoje tem que estar livre de qualquer embaraço!

Debaixo do chuveiro meu corpo se arrepiou! Estava sem sentir o toque de outras mãos há tempos... Sentia saudade dos nossos momentos de paixão. Muita saudade...

Lembrei das muitas vezes que fizemos amor no chuveiro... Eu te ensaboava inteirinha... passava minhas mãos entre as suas pernas... me excitava só em te ver contorcer o corpo quando sentia que eu me aproximava. Acariciava seus seios rígidos beijando-os delicadamente enquanto minhas mãos estimulavam suas outras intimidades...

Dei um basta naqueles pensamentos! Não queria ser responsável por uma explosão de gozo solitário. Outra vez não!

Quem sabe mais tarde, eu e você não teríamos essa explosão juntas aqui mesmo?!

Terminei o banho com uma chuveirada fria!

Coloquei uma calça jeans, uma camiseta de manga comprida e tênis...esfregava os cabelos quando o interfone tocou.

Era sexta-feira, 20:00h em ponto.

- Tem uma moça aqui... Como é o seu nome dona? Escutei o porteiro perguntar, ouvindo uma voz um pouco mais distante responder: - Lia...

 

 

foto:Cris Campanella

Encontro-me em frente ao mar...
Olho o oceano, hoje calmo e tranquilo, e ontem tão revolto...
Identifico-me!
Fecho os olhos, ouço seu murmúrio que parece falar algo que não consigo compreender... aperto os olhos para ver se assim, esse murmúrio se converte em palavras faladas pausadamente, mas... continuam como antes... (suspiro triste...). Abro os olhos e ele continua ali, calmo e tranquilo...
Sinto seu toque em meus pés... (me arrepio toda!)
Avanço lentamente até sentir a roupa colar em meu corpo...
Que carinho bom, íntimo e completo! Agora sinto seu abraço em todos os meus pedaços de uma só vez... flutuo em suas mãos que me amparam, fazendo-me sentir inteira novamente... (ensaio um sorriso bobo, feito criança que brinca à beira-mar...)
Já não ouço mais seu murmúrio, meus ouvidos se acostumaram com o som do mar... Apenas sinto o toque gelado que me envolve e me devolve pra areia da praia...
De novo, caminho lentamente para fora dele, ainda sentindo seu carinho percorrer minhas costas largas e descer escorregando pelas minhas longas pernas... Meus cabelos tentam um último toque da tarde, mas é em vão...
Deste encontro só me resta a lembrança do seu gosto salgado em meus lábios e a roupa molhada...
Amanhã voltarei e quem sabe como ele estará...
Hoje calmo e tranquilo, e ontem revolto, assim como eu...




                                             

foto: Cris Campanella

Somos duas

Duas pessoas que se amam

Duas almas que por aqui se encontraram...

Somos apenas duas...

Duas vidas que se uniram e juntas vivem

Somos dois seres que se respeitam e aos poucos se completam...

Somos duas, simplesmente eu e ela...

foto: Cris Campanella

Minhas meninas estão vivas... 

Tenho passado boa parte do dia, e muitas horas da noite... madrugada afora escrevendo, adoro isso!

Principalmente quando elas completam o meu pensamento, quando tomam as rédeas e se tornam tão presentes que chego a sentir a respiração de cada uma delas aqui ao meu lado...

A Cristina entra aqui na saleta (é o meu canto da escrita...) e pergunta: Você está conversando com quem hoje?

Vira e mexe uma delas está junto comigo. Mas a coisa fica complicada quando as três se juntam... aí eu saio, tranco a porta e espero elas se acalmarem... rs ...Coisas de quem escreve eu acho!

Outro dia li uma crônica no Scribe, e a cronista falava justamente isso, que muitas vezes acontecia de suas personagens irem com ela para o quarto dormir, ou de ficarem à espera dela na porta do banheiro...

Ainda bem! Sinal de que estou dentro do padrão...

Estava começando a me preocupar!

Então é isso... 

                                     






                                                      Amar, respeitar... tão simples!

As pedras que encontramos pelo caminho

ficam lindas se fizermos delas, troféus!

                                             

                                      

Queda livre
Andando na corda bamba, como um equilibrista em cima do muro... abro os braços para me equilibrar dando um abraço no vento que quer me derrubar...

Olho pra frente e não vejo nada, mesmo assim fixo o olhar num ponto qualquer, finjo que é uma chama, que me chama... e eu vou!

Passos lentos... Pé ante pé...

A corda balança faz tremer o caminhar.

Continuo de braços abertos a espera de outro abraço...

Um abraço real, com cor e sabor...

Um abraço quente que me faça flutuar!

Meus olhos se esquivam do tal ponto que finge me chamar... desequilibro, bambeio pra lá, escorrego pra cá... e sem rede de proteção , caio me esborrachando no chão!

Silencio

Olhos atentos me olham

Permaneço inerte

Jogada

Quebrada naquele chão

Consciente?

Chacoalho a cabeça sem me mexer

Abro e fecho os olhos sem piscar

Não sinto dor

Não sinto sangue escorrer

Será que morri?

Não ouço o cantar dos anjos, nem o queimar das brasas do inferno...

Permaneço ali

Sem eira nem beira

Entre a vida e a morte!

 Nosso passado sempre passeia pelo nosso presente,

                                            e com certeza irá nos visitar no futuro...

                                                                 

                                                     (frase dita por uma personagem do meu próximo livro...)

                                                                                           

                                    

                                         sexta-feira chuvosa por aqui...bom fim de semana...

foto: Cris Campanella

                        

                        Flipoços 2015

Participei em Maio da FLIPOÇOS – Festival Literário de Poços de Caldas, foi a minha 1ª experiência em um festival.

Foi uma participação modesta, mas extremamente interessante e enriquecedora!

Em 2014, através do Programa de Ação Cultural do Governo do Estado de São Paulo – PROAC – publiquei meu livro – O Outro Lado do Muro – e foi para falar sobre ele que participei da Flipoços 2015.

Confesso que estava muito ansiosa por ter um espaço reservado na Hora da Prosa pra mim... Foi emocionante!

Tivemos uma hora de conversa animada, fiquei muito feliz com a receptividade e o respeito do publico presente.

O Outro Lado do Muro é um romance de temática Lgbt e a oportunidade de falar sobre esse tema no momento atual, onde mudanças e grandes conquistas estão acontecendo é muito importante.

Foi incrível!(BB020715)

                            em outra postagem vou escrever sobre o que conversamos...

                           Ausência

Tanto tempo longe das palavras escritas

tanto tempo afastada das minhas rimas...

Tanto tempo passou e nem percebi que foi tanto tempo assim!

Tantas palavras escritas afastadas das rimas

e o tempo assim foi passando longe de mim...

O tempo passou

e eu sem perceber que me afastei

tanto tempo assim... (BB300806)

depois de muitos anos sem escrever em blog, hoje resolvi recomeçar...

sem compromisso, sem obrigação... apenas com  palavras e algumas fotografias!