terça-feira, 3 de outubro de 2017

365 Escrever Todo Dia Assalto Transferindo de lá pra cá... tbt

 


Com certeza vou repensar sobre a possibilidade de voltar a viajar de avião nos próximos 50 anos! Foi a pior sensação que senti na minha vida! E pensar que minha filha estava junto de mim tornou aquele momento, no mais terrível e desesperador...

Íamos visitar minha mãe. Ponte aérea. São Paulo – Rio. Um pulinho de um pouco mais de meia hora.

A aeronave foi tomada por bandidos, que renderam o comandante e a tripulação numa ação inusitada, pegando todos de surpresa.

Todos eles foram amordaçados e bem amarrados!

Ação esquematizada, miletrícamente planejada.

Os delinquentes usavam uniformes dos funcionários que abastecem o avião e rapidamente invadiram o lugar aterrorizando a todos! Eram em uns 10, doze homens ou mais, que agilmente se distribuíram entre as poltronas, recolhendo primeiramente todos os celulares.

Muito ligeiro, sem dar muito tempo de perceber o que acontecia.

Só de entender que estávamos sendo roubados!

Algumas mulheres se puseram a gritar. Histéricas, foram esbofeteadas logo de cara. Crianças amedrontadas choravam em silencio, umas escondidas protegidas pelo abraço da mãe, outras arriscavam com o olhar curioso sem ter consciência do perigo.

Poucos homens ameaçaram um enfrentamento, os que tentaram, tombaram para sempre... Assim, num queima roupa silencioso.

Gritos abafados.

Desmaios.

Pensei na minha filha, relutei calado com ela em meus braços.

- fique calma querida! Fique calma, por favor! Supliquei!

Enquanto colocávamos nossos pequenos pertences – carteiras e joias numa bolsa de viagem que nos era apresentada por dois mascarados, outros deles, não sei precisar quantos, abriam os compartimentos da bagagem acima de nossas cabeças e retiravam tudo o que havíamos acabado de colocar. Às vezes tive a impressão que havia muitos deles... Pois em nenhum momento deixaram de nos vigiar por toda a extensão do avião. Era como se eles se multiplicassem entre as fileiras dos bancos.

Pareciam ter ensaiado cada movimento, assim como uma baliza em frente da banda, executavam seus movimentos com coordenação e cada passo era de acordo com o do companheiro mascarado do lado. Sincronizados!

A bagagem de mão era examinada uma a uma, sendo descartada, depois de subtraído o que pudesse ter algum valor!

Num dado momento, pediram que nos levantássemos, pegássemos nossa bagagem e saíssemos do avião.

A confusão foi maior. Como se nós também estivéssemos ensaiado, levantamos todos juntos desesperadamente a procura da rota de fuga.

Na aeronave ficou apenas o comandante, a tripulação, uniformes e mascaras jogadas no chão!

G1 - Wilfredo Lee - AP



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