Bom, daí chegamos na parte da Criança Interior Ferida... a tal criança interior que existe dentro de cada um de nós.
É verdade.
Todo mundo tem esse serzinho dentro de si – na cabeça, na mente no coração ou em qualquer outro órgão – pode procurar que você vai encontrar a sua copia minuta!
Ai o mestre disse algo mais ou menos assim: vamos encontrar\reconectar com a nossa criança interior que esta ferida!
Na hora pensei – ferida? Caramba! Coitada...
Não entendi direito como eu faria para encontra-la ou como poderia cuidar dela...
Pesquisei no Google – criança interior ferida – muitas informações, teses, testes, analises...
Abri dezenas de abas, janelas que iam se multiplicando até que o obvio aconteceu – travou tudo!
O cursor piscando na criança ferida e as paginas congeladas não saiam do lugar!
E eu pensando na minha criança interior ferida, totalmente desamparada precisando da minha ajuda... me bateu um puta desespero.
Estava pirando na batatinha, quando me lembrei da orientação do mestre – quando perceber que esta entrando em estado de sofrimento, respira e medita!
Foi o que fiz – coloquei os fones e o som do mar me fez entrar em um estado mais tranquilo. Comecei a respirar profundamente pelo nariz e da forma mais amorosa que consegui...
Respirei, respirei... E focada na respiração depois de alguns minutos, acalmei meu coração!
E ai, me vi em pé no meio da sala do apartamento do Novo Mundo em São Sebastião onde uma menina estava sentada com um gato no colo.
Era ela... com 10 anos
Sábado à noite, televisão ligada Telecatch Monttilla
O pai, a mãe e a Irma mais velha estão arrumados para irem ao clube, um baile talvez...
A menina brinca com o gato enquanto ouve as recomendações da mãe – a Nilza e o Reinaldo disseram que você pode ir lá se quiser depois da luta... A chave vai ficar aqui em cima da televisão... A pipoca e a groselha que você pediu...
Ela sorriu pegando a bacia de pipoca quentinha...
- já vai começar, já vai começar... Ajeitou-se no sofá dando tchau com a mão para a mãe que saia. Quando ouviu a chave virando correu ate a televisão aumentou o som, se enrolou no cobertor Parayba e se jogou no sofá espalhando pipoca pra todo canto...
Ela estava bem animada em ficar em casa sozinha e assistir o Ted Boy Marino...
Ela estava feliz!
Aproximei-me e fiquei bem em sua frente. Ela afastava a cabeça pra ver o programa que estava começando. Sentei na beirada do sofá e perguntei se estava tudo bem e em sem me olhar respondeu com a cabeça que sim... Insisti em querer saber se estava sentindo alguma dor, se estava machucada?
Olhou-me sorrindo descobriu o joelho mostrando um curativo – cai no parquinho do Tebar, já está com casquinha... Não é nada demais!
Ri. Puxei a calça pra cima e mostrei uma pequena cicatriz no meu joelho – é – disse concordando com ela – nada demais mesmo!
Ela olhou, riu e voltou a sua atenção pra televisão. Acariciava o gato enquanto comia pipoca com os olhos grudados na TV.
Senti uma lagrima escorrer pelo meu rosto e perdi o foco...
Respira, respira 1 2 3 respira 1 2 3...
continua
Nenhum comentário:
Postar um comentário